Produção científica

Pesquisa analisa concentração de PM2.5 no ar em cidades de clima tropical

Publicado em 11/01/2018 03h00

Pesquisa analisa concentração de PM2.5 no ar em cidades de clima tropical (Foto: Google Imagens)A composição química da atmosfera muda rapidamente devido à grande quantidade de poluentes lançados todos os dias. Um estudo brasileiro publicado pelo periódico Air Quality, Atmosphere & Health levantou os primeiros resultados sobre PM2.5 (material particulado fino ou, em inglês, particulate matter) de longo prazo. A pesquisa também apresenta resultados sobre a fração orgânica solúvel em água, ainda pouco estudada no material particulado no país.

O artigo científico Chemical composition of fine particles (PM2.5): water-soluble organic fraction and trace metals – disponível em texto completo no Portal de Periódicos – é parte do trabalho de doutorado da pesquisadora Luciana Ventura. “No Brasil faltam dados sobre a poluição atmosférica. Nos aprofundamos nessa carência e chegamos ao resultado de que as concentrações médias anuais em muitos locais são maiores que o limite sugerido pela Organização Mundial de Saúde”, disse a cientista Adriana Gioda, orientadora do projeto.

Adriana Gioda coordenou a investigação sobre o PM2.5 (Foto: acervo pessoal)Gioda explica que no Brasil o PM2.5 não é legislado, embora seja reconhecidamente tóxico. “As partículas finas são um dos principais poluentes do ar. A composição química desses elementos é de fundamental importância tanto para a saúde quanto para o clima. Levantamentos sobre o PM2.5 foram realizados em diversos países com vários tipos de clima. Enquanto muitos desses países já têm legislação para tratar o composto químico, no Brasil ainda temos poucos estudos, o que dificulta a definição de padrões”, avalia.

Os dados foram coletados em áreas urbanas e rurais do estado do Rio de Janeiro, incluindo a capital, sendo que as regiões urbanas apresentaram concentrações mais altas de impurezas no ar. Entretanto, segundo Gioda, “o Rio de Janeiro, especificamente, apresenta diferentes características, como a brisa do mar e a cadeia de montanhas que influenciam na diluição de poluentes”. Por isso, as diferenças de concentrações são variáveis. “Os veículos compõem a maior fonte de emissão de poluentes para a atmosfera. Uma melhora ou redução na frota poderia ajudar a melhorar a qualidade do ar”, pontua a especialista.

Capa da edição de dezembro do periódico Air Quality, Atmosphere & Health (Imagem: SpringerLink)A revista científica Air Quality, Atmosphere & Health está disponível* para os usuários da biblioteca virtual da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). “O Portal de Periódicos é indispensável para o desenvolvimento da pesquisa no país. Sem esse recurso, não teríamos um acesso tão amplo; estaríamos muito aquém do que é realizado internacionalmente. A variedade disponível de títulos de periódicos e livros é de enorme relevância para a comunidade acadêmica”, conclui Adriana Gioda.

Além de Gioda, contribuíram com o estudo de Luciana Ventura os pesquisadores Vinícius Lionel Mateus, Alexandre Almeida, Kristine Wanderley, Fábio Taira e Tatiana Saint’Pierre. O artigo científico Chemical composition of fine particles (PM2.5): water-soluble organic fraction and trace metals pode ser localizado por meio do campo buscar assunto do Portal ou diretamente na revista científica (buscar periódico).

*Verifique o conteúdo do Portal de Periódicos disponível para sua instituição.