Estudo desenvolvido no Reino Unido avaliou a associação entre dores crônicas e depressão. Segundo a pesquisa, as duas doenças podem estar interligadas, sobretudo pelo fato de a dor agir diretamente no campo emocional dos indivíduos. O artigo científico “Genetic and Environmental Risk for Chronic Pain and the Contribution of Risk Variants for Major Depressive Disorder: A Family-Based Mixed-Model Analysis” foi publicado pelo periódico PLOS Medicine e está disponível no acervo do Portal de Periódicos da Capes.
Apesar de ser certa a ligação entre a depressão e a dor crônica, ainda não se sabe se a relação é explicada por fatores genéticos compartilhados ou pelo meio ambiente. Entretanto, a análise revela que fatores genéticos e do ambiente que o paciente compartilha com o núcleo familiar podem determinar o risco. Ainda de acordo com o trabalho, a dor crônica está geneticamente correlacionada ao distúrbio da depressão maior (DDM).
A investigação se estende a trabalhos anteriores, mostrando que a dor crônica apresenta fenótipo hereditário e demonstrando que existe essa contribuição, independente do risco do ambiente compartilhado. “Também demonstramos que a dor crônica tem uma arquitetura de risco, em parte, poligênica, apoiando ainda mais as análises que visam identificar variantes específicas associadas ao risco. Enquanto a dor é fenotipicamente e geneticamente correlacionada ao DDM, a contribuição adicional de um cônjuge afetado também foi substancial no estudo atual”, relatam os cientistas na discussão do trabalho.
As razões ainda não são claras, mas os resultados deixam implícito que a presença de dor em um cônjuge ou companheiro torna a probabilidade de DDM mais provável. As possíveis razões para isso incluem comportamentos aprendidos e os efeitos de cuidar de alguém com doença crônica incapacitante.
A pesquisa sugere uma explicação alternativa: a relação conjugal representa o impacto de um ambiente em ambos os cônjuges, pois eles formam um grupo que convive continuamente; a correlação poderia apresentar história comum de doenças infecciosas, dieta, privação, passatempos e uma série de fatores compartilhados ainda não identificados. Além disso, os pesquisadores afirmam que não pode ser excluído um possível “efeito de acasalamento”.
Os resultados apresentados na íntegra estão acessíveis por meio da opção Buscar periódico do Portal. O PLOS Medicine proporciona espaço para pesquisa e comentários sobre os principais desafios da saúde humana em todo o mundo, com a publicação de artigos de interesse geral sobre determinantes biomédicos, ambientais, sociais e políticos ligados à saúde.
Produção científica